Iniciar a jornada pelo mundo das finanças desde cedo é um dos maiores presentes que podemos oferecer às futuras gerações. Quando as crianças entendem a importância do dinheiro e desenvolvem hábitos saudáveis, elas ganham autonomia e confiança para enfrentar os desafios da vida adulta.
Mesmo com estatísticas que mostram que apenas 21% dos brasileiros recebem educação financeira até os 12 anos, há um movimento crescente de famílias e escolas em todo o país que reconhece esse ensino como fundamental.
Na infância, o cérebro está mais receptivo a novos conceitos e comportamentos. Aprender sobre economizar, gastar e investir nesse período cria uma base sólida para as fases seguintes da vida.
Dados revelam que 85% dos pais ensinam aos filhos a importância de uma vida financeira saudável, enquanto 68% acreditam que a escola deve reforçar esse aprendizado. A conjunção entre família, escola e internet potencializa o alcance:
Quando bem orientadas, as crianças desenvolvem uma série de competências essenciais para a gestão do próprio dinheiro e para o sucesso pessoal:
Para entender melhor o panorama, confira uma síntese das principais estatísticas relacionadas ao tema:
Nos últimos anos, houve uma expansão significativa das iniciativas de educação financeira no sistema público e privado. Em 2024, cerca de 142 mil estudantes participaram de 5 mil turmas. Em 2025, o número saltou para 175 mil alunos em 5.860 turmas.
A disciplina é oferecida também na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e já faz parte da carga horária de Matemática no ensino médio noturno. Mesmo com redução no número de ações mapeadas de 526 (2017) para 229 (2024), observa-se maior profissionalização e alcance geográfico.
Mais de 74% das iniciativas são gratuitas e 43% recebem apoio privado. A diversidade de públicos atendidos mostra um esforço conjunto para democratizar o acesso ao tema.
Nathalia Sedlacek, 16 anos, conta que aprendeu a calcular juros e parcelas, evitando armadilhas dos cartões de crédito. Miguel Vitalli, 15 anos, criou planilhas que o ajudam a organizar mesada e pequenas rendas.
Diana Campos, 18 anos, descobriu que, ao entender seus gastos mensais, pode traçar um plano para conquistar seus sonhos. E Arthur Rufatto, 20 anos, afirma que o componente curricular foi decisivo para adquirir hábitos de poupar e planejar o futuro.
A participação ativa da família e a capacitação de professores são pilares para o sucesso deste aprendizado. Veja algumas práticas recomendadas:
No Senado, tramitam dois projetos importantes. O PL 5.950/2023 visa tornar obrigatória a educação financeira na base curricular. Já o PL 3.329/2025 propõe destinar 1% do orçamento federal de publicidade para campanhas de conscientização.
Os parlamentares destacam que o endividamento crônico e a falta de poupança são desafios que afetam o desenvolvimento social e econômico do país. A expectativa é que, com a regulamentação, cada criança receba aprendizado continuado ao longo de toda a educação básica.
Investir em educação financeira na infância é investir em um Brasil mais próspero e consciente. Cada cofrinho, cada cálculo de juros e cada meta de poupança representam uma semente plantada rumo à estabilidade e ao sucesso.
Ao integrar família, escola e políticas públicas, podemos transformar estatísticas preocupantes em histórias de superação e realização. O futuro financeiro do país começa na infância, e cabe a todos nós cultivar estas sementes hoje para colher frutos duradouros amanhã.
Referências