Antes de solicitar qualquer linha de crédito, é fundamental entender o cenário e os cuidados necessários para não cair em armadilhas que comprometem o futuro financeiro.
Atualmente, 64% das famílias brasileiras estão endividadas, e 30% desse total encontram-se superendividadas, incapazes de honrar suas dívidas. Esse quadro reflete um aumento significativo de ofertas de empréstimos e financiamentos, frequentemente divulgados com promessas de agilidade e burocracia mínima.
Propagandas chamativas ressaltam benefícios imediatos, mas muitas vezes ocultam riscos e custos elevados. É nesse contexto que surge a importância de analisar cada proposta com cuidado e conhecimento.
O Brasil figura como o sexto país com mais juros abusivos entre 37 nações analisadas. No cartão de crédito rotativo, as taxas mensais variam de 0,63% a 22,95%. Em financiamentos de veículos, observam-se índices de 0,61% a 3,79% ao mês. Já no mercado imobiliário, os índices ficam entre 0,86% e 1,97% mensais.
Por exemplo, um empréstimo consignado do INSS de R$ 15.000 parcelado em 84 vezes (7 anos) pode se tornar um peso insustentável. Especialistas recomendam não ultrapassar 48 parcelas para manter sustentabilidade orçamentária.
É essencial ficar atento a propostas sem consulta ao SPC/Serasa ou com taxas de juros inferiores à média de mercado. Contratos excessivamente resumidos ou obscuros podem esconder encargos extras, seguros obrigatórios e multas elevadas.
Desconfie de ofertas que pressionem para uma assinatura imediata ou incluam serviços atrelados que não são exigidos por lei. A falta de transparência quanto ao Custo Efetivo Total deve ser considerada um grande sinal de alerta.
O Código de Defesa do Consumidor assegura transparência na divulgação de taxas e proíbe práticas abusivas, como a venda casada. Além disso, garante o direito de arrependimento em até 7 dias para contratos realizados fora do estabelecimento comercial, permitindo rescindir o acordo sem custos.
Para verificar a reputação de instituições financeiras, consulte o site do Banco Central e plataformas de reclamações como Reclame Aqui. Órgãos de defesa do consumidor, como Procon e IDEC, oferecem orientações detalhadas e atualização sobre práticas ilícitas no mercado de crédito.
Empreender decisões conscientes antes de solicitar um empréstimo é a melhor forma de manter a saúde financeira e garantir que o crédito seja um instrumento de apoio, não uma armadilha.
Referências