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O Papel das FinTechs no Mercado de Empréstimos

O Papel das FinTechs no Mercado de Empréstimos

13/12/2025 - 22:13
Bruno Anderson
O Papel das FinTechs no Mercado de Empréstimos

As FinTechs surgiram como uma força transformadora no sistema financeiro, oferecendo soluções inovadoras que agilizam e democratizam o acesso ao crédito.

Conceito e Evolução das FinTechs no Crédito

FinTechs são empresas que utilizam tecnologia para inovar e melhorar serviços financeiros. No segmento de crédito, empresas que utilizam tecnologia para inovar e melhorar serviços financeiros têm permitido processos mais rápidos e personalizados.

O termo FinTech ganhou popularidade na última década, impulsionado pela digitalização. No Brasil, o setor de crédito digital se destacou e o país se tornou líder na América Latina em número de startups financeiras, superando desafios de infraestrutura e regulação.

Volume de Crédito e Crescimento do Setor

Em 2024, o volume de crédito concedido por fintechs no Brasil alcançou R$ 35,5 bilhões, um crescimento de 68% em relação ao ano anterior.

  • R$ 35,5 bilhões concedidos em 2024, alta de 68%.
  • Base ativa de 67,5 milhões de pessoas físicas, expansão de 26%.
  • Crescimento de 67% no crédito para empresas, com destaque para micro e pequenas empresas (+71,7%).

Esse desempenho reflete como as fintechs conseguem processar solicitações em minutos, utilizando dados alternativos de crédito e biometria digital, atraindo perfis antes excluídos das linhas tradicionais.

Impacto na Concorrência e Redução de Spreads

O surgimento das fintechs alterou o equilíbrio de poder no mercado: em 2013, os cinco maiores bancos dominavam 86% dos empréstimos; em 2024, essa participação caiu para 78%. A entrada de fintechs, bancos médios e cooperativas tem impulsionado a inovação.

O resultado prático é redução consistente dos spreads bancários, aumento da transparência tarifária e estímulo a modelos de negócios centrados no cliente.

Com mais competidores, as taxas de juros ficaram mais competitivas, beneficiando tanto consumidores tradicionais quanto aqueles sem histórico bancário. A maior eficiência operacional permitiu taxas de juros mais competitivas e acesso até então restrito a nichos específicos.

Inovação e Eficiência

Em 2024, 52% das fintechs investiram em inovação e revisão de modelos de concessão, ante 35% no levantamento anterior. Tecnologias de ponta estão no centro desse movimento.

A adoção dessas ferramentas permitiu tecnologias de análise preditiva, inteligência artificial que tornam as operações mais seguras e escaláveis.

Tipos de Produtos e Garantias

O portfólio de produtos das fintechs se expandiu, com ênfase em operações garantidas para reduzir a inadimplência e oferecer condições atrativas.

  • Crédito consignado
  • Empréstimos com recebíveis
  • Garantias em aplicações financeiras
  • Financiamentos com bens e imóveis

A inovação nos produtos inclui linhas específicas para e-commerce, antecipação de recibos e crédito rápido pessoal, com liberação de recursos diretamente em carteiras digitais em poucos segundos.

Em 2024, as operações garantidas representaram 77% do total, ante 34% em 2021, demonstrando que ampliou a relevância das fintechs ao diversificar ofertas.

Indicadores de Inadimplência e Controle de Risco

A inadimplência no crédito a empresas foi reduzida de 5,3% para 3,4% graças ao uso intensivo de garantias e modelos robustos de análise de risco. Para pessoas físicas, a taxa subiu levemente de 8,3% para 9,5%, ainda superior à média do SFN (3,5%), mas controlada no contexto de maior risco.

Muitas fintechs adotam sistemas de scoring sofisticados que integram redes sociais, históricos de pagamento e análises comportamentais, antecipando sinais de inadimplência e oferecendo renegociações customizadas.

Ferramentas de monitoramento em tempo real, pontuação dinâmica e alertas preventivos são essenciais para manter a saúde das carteiras e preservar a confiança de investidores e clientes.

Regulamentação e Ambiente Legal

O Banco Central regulamentou o setor por meio da Resolução nº 4.656/2018 e atualizações como a CMN nº 5.159/2025, estabelecendo bases sólidas para o crescimento sustentável das fintechs.

  • Sociedade de Crédito Direto (SCD): concede crédito com recursos próprios e pode securitizar carteiras.
  • Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP): intermedia operações P2P com regras claras de transparência.

Em 2025, ajustes regulamentares reduziram prazos de repasse de recursos e estabeleceram taxas de provisão de capital específicas para SCDs, alinhando o mercado a práticas internacionais de segurança.

As normas reforçam a prevenção à lavagem de dinheiro, garantem transparência de operações e definem limites operacionais, conferindo mais segurança a todos os envolvidos.

Desafios e Oportunidades

O setor de FinTechs enfrenta desafios como adaptação ao ambiente regulatório em constante evolução, concorrência acirrada com bancos tradicionais e necessidade de construir credibilidade junto ao público.

Por outro lado, há oportunidades de ampliar democratização do crédito e explorar inteligência artificial para concessão e recuperação, além de parcerias B2B e expansão internacional de modelos digitais.

Tendências de Mercado e Contexto Internacional

As principais tendências incluem segmentação por nichos, garantias digitais, integração de dados jurídicos, uso de IA generativa para análise de crédito e foco na experiência do cliente digital.

A transformação digital deve seguir acelerada, com investimentos em fintechs híbridas, colaborando com agentes tradicionais e ampliando soluções via API e plataformas abertas.

O FMI destaca o Brasil como exemplo de expansão do crédito mesmo em cenário de juros altos, em função das FinTechs. O modelo regulatório brasileiro serve de referência por equilibrar estímulo à inovação e controle de riscos.

Com perspectivas positivas para 2026, espera-se o fortalecimento do crédito consignado digital e maior adesão de pequenas empresas, consolidando o papel das fintechs como agentes centrais no mercado de empréstimos.

Referências

Bruno Anderson

Sobre o Autor: Bruno Anderson

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