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Patrimônio Histórico: Investimento com Preservação

Patrimônio Histórico: Investimento com Preservação

21/12/2025 - 12:08
Giovanni Medeiros
Patrimônio Histórico: Investimento com Preservação

A preservação do patrimônio histórico é muito mais do que memória: é um potente motor de desenvolvimento.

Definição e Tipos de Patrimônio Histórico

O conceito de patrimônio histórico engloba bens móveis, imóveis e imateriais cuja conservação é de interesse público por seu valor histórico, artístico, cultural e social.

  • Material: edifícios, igrejas, sítios arqueológicos.
  • Imaterial: festas, danças, saberes e ofícios tradicionais, culinária, músicas e folguedos.

Esses elementos compõem a identidade de nações e comunidades, servindo de elo entre gerações.

Panorama Atual no Brasil

O Brasil se destaca na salvaguarda do patrimônio imaterial, com 59 bens culturais reconhecidos oficialmente desde 2000, dos quais sete são Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO.

Em 2025, o IPHAN lançou a Plataforma Bem Brasileiro, reunindo mais de 2 mil itens—fotos, vídeos e documentos—sobre a cultura viva do país nos últimos 25 anos.

O Brasil ocupa o 13º lugar global em patrimônios mundiais, sendo o segundo da América Latina, atrás apenas do México.

Investimento e Políticas de Preservação

Desde 2003, a Convenção da UNESCO inspira a Política Nacional de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial (2000), estruturando ações para proteger a cultura viva.

No último edital do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI), lançado em 2023, foram destinados R$ 7,5 milhões para projetos de salvaguarda.

  • 28 Planos de Salvaguarda publicados em parceria com comunidades locais.
  • Documentação de cerca de 200 pesquisas pelo Inventário Nacional de Referências Culturais.
  • Políticas estaduais e municipais seguindo o modelo federal.

Essas iniciativas demonstram o ciclos contínuos de proteção, restauração e divulgação como estratégia de longo prazo.

Desafios e Situação Atual

Apesar dos avanços, muitos bens históricos sofrem com abandono e falta de manutenção. O centro histórico de São Paulo e diversos edifícios em Recife apresentam sinais de deterioração.

Instituições como o Museu Vivo da História Candanga, no Distrito Federal, enfrentam riscos de perda de acervo e carecem de recursos para restauração adequada.

O desinteresse institucional e a intermitência de verbas dificultam o pleno aproveitamento do potencial turístico, educacional e econômico do patrimônio.

Relação entre Patrimônio e Desenvolvimento Econômico

O patrimônio histórico bem preservado atua como motor do turismo cultural, atraindo visitantes e fomentando economias locais.

Além do turismo, gera trabalho e renda ao gerar empregos diretos e indiretos em restauração, guias, hospedagem e produção artesanal.

  • Ouro Preto (primeiro Patrimônio Mundial brasileiro): polo turístico e acadêmico.
  • Estrada de Ferro Perus-Pirapora: revitalizada como rota cultural e ecológica no entorno de São Paulo.
  • Festivais imateriais como carnaval, capoeira e samba de roda: ativos de atração cultural e social.

Projetos bem conduzidos promovem inclusão social e sustentabilidade territorial ao valorizar saberes e ofícios locais.

Participação Social, Sustentabilidade e Futuro

O tema do Mês do Patrimônio Cultural 2025 é “Participação Social, Territórios e Sustentabilidade”, reforçando a necessidade de gestão compartilhada.

A Plataforma Bem Brasileiro democratiza o acesso à informação, permitindo que todos colaborem na preservação e no estudo do patrimônio.

Ferramentas digitais aproximam cidadãos e gestores, ampliando a transparência na criação de políticas públicas e no financiamento de projetos culturais.

Recomendações e Exemplos Inspiradores

  • Estabelecer Planos de Salvaguarda como política de Estado, não de governo, garantindo continuidade.
  • Alinhar turismo cultural com programas educativos em escolas e universidades.
  • Incluir as comunidades locais em decisões sobre usos e manejo dos bens culturais.
  • Valorizar cases de sucesso, como a restauração do Centro Histórico de Salvador e a reativação de festivais tradicionais.

Ao adotar essas medidas, consolidamos a tese de que investir na preservação do patrimônio histórico é investir no desenvolvimento econômico, social e cultural de toda a sociedade.

Giovanni Medeiros

Sobre o Autor: Giovanni Medeiros

Giovanni Medeiros